sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Ir a Peniche e ..... voltar


  O Cabo Carvoeiro. É o rosto assustadoramente triste, onde, em rugas de tragédia, corre o sal das lágrimas da terra e da gente de Peniche.
Há traços  que documentam o destino de um povo que vive paredes meias com o mar,  que se embrulha em salgada vizinhança com intuito de trazer o peixe que alimenta o sonho de ver crescer os filhos....
Mas Peniche não é apenas dor. Não é apenas labuta! Também é prazer, festa e escola. Há neste mar e nesta terra, como em todas as gentes, esse lado de festa, com uma dança que se dança em cima de ondas que tocam a música de sempre: a sua, a do mar. Peniche é também um santuário do surf, assim se chama, e aí acorrem os mais novos para prender e aprender todas as sensações que uma crista de onda oferece. E é vê-los passar de prancha às costas, em jeito de procissão.
E há a coragem de resistir, mesmo quando os olhos só vêem mar e fragas! A coragem de acreditar que outros tempos darão testemunho desta luta que não se trava senão com armas feitas de ideal e desejo de liberdade.
E Peniche veste-se e cobre-se com um manto tecido de gotículas de água salgada. E esconde-se sob esse manto! E esconde, sob esse manto, um azul inigualável! 
Que o sol descobre se assim o quer!
Quem vai a Peniche traz tudo isto nos sentidos! 
Ir a Peniche e... voltar!





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